sexta-feira, 26 de setembro de 2008

História Real

Terça-feira eu tive uma oportunidade única, principalmente pra uma futura historiadora, eu e meus miguxus da facul conversamos com um sobrevivente de Auschwitz. E olha que tenho gravações pra provar! Nós estamos desenvolvendo um projeto de documentário sobre o Holocausto, já tínhamos escutado uma palestra do senhor Aleksander que levou grande parte do público as lágrimas, neh Doce de Amendoim? Mas essa conversa foi diferente, nós fomos a casa dele, vimos suas fotos, seus quadros e éramos em um número bem reduzido.

Quando agente entra na casa dele os quadros nos pulas a vista, tudo lembra o Holocausto, mas não de uma forma sóbria e sim como algo forte que não pode ser esquecido. Tem um quadro grande que me chamou mais a atenção, ele fica em cima do sofá é um homem sentado apontando para uma criança que esta numa foto cercada de outras crianças cada uma com estrela no peito.

-Essa criança é o senhor seu Aleksander?

-Sim, sou eu quando estava na escola, ganhei essa foto faz pouco tempo.Um dia os alemães falaram para todos irem para a escola no dia seguinte, pra avisar os coleguinhas que tinham faltado, eles ias dá mais sopa para cada criança.Quando eu contei isso pro meu pai ele me escondeu e não deixou eu ir pra escola naquele dia.Todos os meus amiguinhos foram levados para extermínio, daquela turma eu fui o único que sobrevivi.



Ele sofreu tanto durante a guerra, perdeu a adolescência, a família, sua antiga vida e hoje ele é tão lúcido, educado e amável, ele é feliz no entanto aquelas lembranças nunca vão deixá-lo.

E quanto a mim, o que posso dizer é que simplesmente não consigo formar a idéia dele no campo de concentração, não consigo transformar aquele velinho amável em um jovem judeu preso em Auschwitz, parece algo completamente irreal. Entretanto não há como negar que conhecer o senhor Aleksander é uma experiência incrível que muda as pessoas e que me mudou de certa forma.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Oito horas e doze minutos.

16:09 O Lerdo sai da faculdade, na companhia de Diego/Diogo/Iuri, ou qualquer que seja o nome dele.
16:26 Eles entram na Casa Cruz, onde O Lerdo procura por papel artesanal e Diego/Diogo/Iuri procura por folha de fichário sem pauta.
16:28 Diego/Diogo/Iuri encontra as folhas, mas não as compra. Estavam caras. O Lerdo é enviado de um balcão a outro, até que finalmente encontra o papel artesanal.
16:33 O Lerdo espera as folhas chegarem e, enquanto isso, pensa: "Vou comprar um tubo de papelão para colocar o papel, pois tenho certeza que ele vai amassar no trem" (Mãe Dinah Mode:on).
16:42 O Lerdo e Diego/Diogo/Iuri partem à estação Central do Brasil, a pé.
17:05 Os dois chegam à estação e estranham o fato de não haver filas. "Que sorte!", pensa O Lerdo (Mãe Dinah mode: off).
17:06 A pequena fila não impede que ambos percam o trem para Nova Iguaçu. Eles se dirigem a outra plataforma.
17:22 O Nova Iguaçu seguinte chega. O Lerdo e Diego/Diogo/Iuri conseguem sentar-se em assentos confortavelmente próximos da porta.
17:29 O trem parte pontualmente.
17:30 Os dois falam mal dos outros. O Lerdo crê que Diego/Diogo/Iuri poderia ser um bom Conspirado, se não fosse tão adepto de teorias da... conspiração.
17:35 Em meio à sessão do vamos-falar-mal-dos-outros, Diego/Diogo/Iuri fala: "Seus amigos são..." [O Lerdo (instinto assassino mode: on)] "legais!"[O Lerdo (instinto assassino mode: off)]
17:40 O Idiota envia uma mensagem perguntando se ele e O Lerdo poderiam voltar juntos, pois ele estava na Central. O Lerdo responde que já estava no trem a caminho de casa.
17:41 O trem chega pontualmente à estação Engenho de Dentro.
17:43 O trem diminui a velocidade e para. Começa a andar lentamente de ré. Para de novo. Silêncio.
17:56 O condutor anuncia pelo fone que o trem avariou, e que abriria as portas para que todos descessem. Aos que preferissem, poderiam esperar até que o problema fosse parcialmente resolvido e o trem fosse conduzido à estação mais próxima, onde a transferência poderia ser feita.
17:57 As portas se abrem. Pessoas descem.
17:58 O Lerdo aproxima-se da porta. Um trem passa a uma velocidade perigosamente alta e a uma distância perigosamente curta de seu pescoço. O Lerdo vira-se para Diego/Diogo/Iuri e diz, com um sorriso nervoso e a voz trêmula: "Descer pra quê? Já vão consertar! rsrsrs"
18:14 O Lerdo e Diego/Diogo/Iuri começam a tirar fotos legais. Está divertido. O Lerdo faz tudo pela arte, Diego/Diogo/Iuri pensa em vender as fotos no jornal Meia-Hora.
18:31 As portas se fecham. O trem anda uns metros. Para. As portas não voltam a se abrir. Quem desceu, desceu, quem não desceu, não desceria mais. Mas isso a gente não sabia.
18:32 O Lerdo envia uma mensagem ao Idiota informando do pequeno contratempo.
18:34 O Idiota responde que seu trem partiria da Central em instantes. O trem do Lerdo continua parado.
18:57 A brincadeira perde um pouco a graça. O trem do Idiota passa pelo trem parado do Lerdo. O Idiota segue a caminho de casa. O Lerdo?
18:58 O Lerdo, despeitado, diz que tirou fotos de maravilhosas, só pra fazer inveja no Idiota, que também é metido a fotógrafo.
19:04 O Idiota morde a isca. O Lerdo fica satisfeito. O Idiota diz que odeia a Supervia. "Eu também", pensa O Lerdo, "Muito!"
19:06 O trem finalmente volta a movimentar-se com lentidão.
19:11 Na estação Casacdura, a parada final. Um trem lotado com destino a Japeri, esperava. O Lerdo e Diego/Diogo/Iuri resolvem esperar pelo trem seguinte, outro Nova Iguaçu (o terceiro Nova Iguaçu depois daquele).
19:12 O Nova Iguaçu chega e parte rumo a Madureira.
19:15 O Nova Iguaçu chega e parte rumo a Deodoro.
19:16 Alguns metros após a estação de Madureira, ouve-se um "Trrrec,trec,tec". O Lerdo, incrédulo, começa a rir: "Descarrilamos!"
19:17 "Trrrrééécs", faíscas, gritos, mulheres passando mal. Sim, descarrilamos.
19:18 Diego/Diogo/Iuri diz que era alguém no nosso trem que estava "cagado". Uma senhora ouve e ri. O Lerdo teme por isso.
19:19 Todos descem, alguns tiram fotos (adivinhem quem...)
19:25 Confusão na estação. Multidão fora dela. O Lerdo e Diego/Diogo/Iuri resolvem fazer hora no shopping.
19:26 Pensamento do Lerdo #1: "Ainda bem que descarrilou em Madureira, que tem shopping legal. Imagina se acontece isso em Belford Roxo."
19:27 Pensamento do Lerdo #2: "Estou um pouco arrependido de ter provocado inveja no Idiota"
19:33 Já na rua, um gato preto cruza nosso caminho. Concluímos que o universo dos que poderiam ser o "cagado" do trem se reduzia a dois indivíduos. Só faltava descobrir quem era.
19:34 Diego/Diogo/Iuri não dá chance ao medo... mija na rua antes que mije nas calças.
19:43 Chegada ao Shopping.
20:29 Saída do Shopping.
20:38 O Lerdo vê a quadra do Império Serrano (informação completamente irrelevante).
20:50 Diego/Diogo/Iuri se despede. Toma o ônibus em direção à Pavuna.
20:52 O Lerdo não aceita que terá de se espremer no ônibus para Nova Iguaçu. Entra na Estação de trem mais uma vez.
20:56 A Estação está mais vazia. O trem para Santa Cruz se aproxima. O Lerdo embarca, para descer na estação seguinte. No entanto o trem continua parado. Por 20 minutos. O Lerdo chega à identidade do "cagado".
21:16 O Santa Cruz parte. Chega em cinco minutos à estação Deodoro. O Lerdo desembarca.
21:21 Um trem com destino a Queimados é o próximo transporte do Lerdo. Uma viagem sem sobressaltos. Até que em Nilópolis, no último instante, O Lerdo decide descer (Mãe Dinah Mode: desregulado). Pensa: "Talvez seja melhor descer em Nilópolis para chegar em casa."
21:29 O Lerdo se lembra que "Nilópolis" e "melhor" não podem coexistir numa mesma frase. Tarde demais. Mais 10 minutos esperando o ônibus chegar (cheio) e mais 20 esperando partir (lotado)
21:59 O Lerdo segue em direção a sua casa.
22:28 O Lerdo desce do ônibus e anda pela sombra, só por garantia.
22:29 O Lerdo chega em casa.
22:31 O Lerdo conta sua via-crúcis à família.
22:54 O Lerdo vai jantar.
23:02 O Lerdo começa a escrever este post.
00:18 O Lerdo termina de escrever o post.
00:21 O Lerdo diz "boa noite" e vai dormir.

domingo, 21 de setembro de 2008

Quebrando conceitos

Olá, galera do BLOG. Faz muito tempo que não escrevo. Tive uma pequena dose de disposição e saiu alguma coisa. Não garanto que seja um texto legal como os outros deste BLOG, mas acredito que seja um pouco questionador. 

Antes de entrar de cabeça no assunto, gostaria de fazer uma pergunta: Pelo menos uma vez na vida, você já chamou alguma mulher de piranha? 

Formar um conceito maduro sobre certos assuntos significa pegar a informação bruta que foi carimbada no interior da sua cabeça em algum momento da vida e começar refiná-la de acordo com suas ideologias. Tendo isso em mente, um diálogo amigável sobre este assunto levou-me a pensar sobre a questão "o que é ser uma mulher piranha?". 

Para começar, a palavra "piranha" tem uma "ambiguidade" gramatical (na verdade, são situações diferentes): quando adjetivo, este é um termo pejorativo; já quando substantivo, designa um peixe de água doce. Será que há uma relação entre os sentidos? Pesquisei no Google sobre esta possível relação e acabei descobrindo muito sobre este habitante dos rios. Por exemplo, as piranhas pertencem ao gênero Serrasalminae (o mesmo do Pacu. Incrível, não?); há uma espécie com uma mordida proporcional a do Pit Bull (logo, deve doer muito) e há casos onde dedos são amputados pelas mordidas. Contudo, os casos de ataque a seres humanos são raros; nem toda piranha é carnívora; elas são canibais em alguns casos; são muito agressivas; e... está bom. 

Por mais que eu pense, nenhuma dessas informações leva a crer que a piranha-peixe tem relação com a piranha-mulher. Neste caso, acredito que seja o mesmo que com a palavra "banco" onde um significado não tem nada a ver com o outro (estabelecimento financeiro e assento). Ao menos que digam que um banco guarda dinheiro e outro a sua bunda [putz, o que foi isso?]. Talvez, piranha-mulher tenha uma outra origem histórica, mas essa pesquisa é para um outro POST e para outro conspirado que faz história. 

Se não consegui um significa para "piranha" no pai do conhecimento (o Google), vou apelar para o conhecimento popular. Não sei o motivo, mas a música "Os moleque Piranha" do grupo "Os Magrinhos" me veio em mente como fonte de pesquisa. Tal obra-prima contém um verso explicando o que seria um "moleque-piranha" e talvez consiga algum tipo de conclusão deste texto magnífico. Eis os versos: 




"Tu não sabe o que é um homem piranha
eu vo ti dizer qual é 
homem piranha é aquele que come 
[as amantes e não larga 
as dé" 



Bem, mesmo depois de pensar muito, não faço a mínima idéia do que ele quis dizer com “... não larga as dé". Provavelmente, é uma frase muito profunda e só depois de muitos anos de vivencia eu consiga dizer exatamente o significado. A única conclusão que eu tiro desta música é que os "homen-piranha" (sem plural, assim como na linguagem dos "leques") são promíscuos. 

Promiscuidade. Esse é ponto onde eu queria chegar. De fato, é assim que são caracterizadas as mulheres que são chamadas de piranhas. Mas toda vez que uma mulher é chamada de piranha tem-se a intenção de chamá-la de promiscua? Eu vejo algumas situações as quais as mulheres são chamadas de piranhas, tais como: 

  1.  Quando vão para uma festa - ou qualquer lugar movimentado - e "pegam" uma quantidade incomum de homens;
  2.  Quando uma mulher faz exatamente o que foi supracitado e tem um namorado (ou vários, por que não?);
  3.  Quando estão alcoolicamente alteradas e começam a fazer poses sensuais (esse não faz muito sentido, mas foi algo que eu vi na faculdade. Uma pessoa estava bêbada e fez uma pose sensual p/ tirar uma foto e depois alguém disse: "Olha só que piranha");

  • Entre outras... 

Em minha opinião humilde e sincera, eu caracterizaria só o segundo caso como "piranha". Veja bem, no primeiro caso, é aquela situação onde o mundo é machista e só "homens" podem se relacionar com várias mulheres no mesmo dia, na mesma hora, no mesmo minuto. Como eu discordo do senso comum, eu não reprimo ou mantenho uma opinião negativa a respeito das mulheres que queiram se "divertir". Aliás, nem deveria fazê-lo caso contrário. As pessoas vivem suas vidas da maneira que desejam (na medida do possível, claro) e não acho que devemos presenteá-las com nossas opiniões - ao menos que estas sejam importantes na minha vida (podemos discutir isso em um outro posto). 

O último caso é um absurdo, acho inadmissível que em um meio universitário as pessoas tenham uma mente tão fechada. Ainda mais quando coisas muito piores acontecem neste meio. As pessoas não conseguem reconhecer uma brincadeira a meio palmo dos seus narizes e parecem querer "sujar" a imagem das pessoas p/ quer se sintam pessoas melhores. O ser humano é realmente único (sarcasmo mode on). 

Nem comentarei o segundo caso, pois é auto-explicativo. 

O que eu achei interessante em discutir este tema com meus amigos foi o fato de como nunca tinha parado para pensar seriamente a respeito deste assunto, que é relativamente "banal". Enquanto conversávamos, percebi que tinha uma opinião formada sem mesmo ter pensado sobre ela (tanto é que "mudei de opinião xDDD [desculpe-me leitores, é piada interna]). Isto, mais um vez, me levou a refletir sobre as coisas que faço normalmente sem pensar nelas. Ter uma mente crítica a respeito de si mesmo é essencial e mais importante do que ter uma opinião sobre algo. 

Bem, não me prolongarei mais. Já devem estar de saco cheio, né? 

Abraços, see ya!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

cinema pé-de-serra

Passeando pelo site Cinema em Cena a fim de descobrir a data de estréia do novo trabalho de Michel Gondry, Be Kind Rewind, um dos poucos filmes para 2008 que ainda anseio assistir no cinema - além de As Duas Faces da Lei [De Niro + Al Pacino], A Lista [Hugh Jackman + Ewan McGregor - apesar do filme parecer uma bomba], Queime Depois de Ler [Coen + Coen] e, obviamente, High School Musical 3 [auto-explicativo].

Sim, o último foi uma piada... Bem, não exatamente. Acho que me renderei e no fim das contas verei, um pouco envergonhado, HSM3 no cinema. Eu precisava confessar e agora sinto-me mais leve.
Relevem, eu adoro musicais. Curti bastante o primeiro, que desce bem por conta dos números musicais se relevarmos o roteiro clichê-do-início-ao-fim, elemento o qual na segunda obra acaba pesando em demasia, tornando-a bem ruim, apesar das boas seqüências musicadas. Mas não quero me imaginar sozinho numa sala repleta de crianças, menininhas-chatas fãs do Zac Efron e Vanessa Hudgens, adolescentes falando durante a sessão - e se cantarem as músicas em coro junto com os atores durante a exibição, eu me retiro.

Mas não havia a informação que procurava no site. En-tre-tan-to, uma outra informação veio até a mim. Nem um pouco relevante quanto a que procurava. Aliás, tem sim sua relevância: nos prevenir com antecedência, depois de passarmos por um estado de medo e pavor. Portanto, faço um bem a você que está lendo este post, pois, se nada der errado [como Deus existe, dará], dia 18 de setembro de 2009, entrará em cartaz no cinema mais próximo a sua casa:

Os Sonhos de Um Sonhador - A História de Frank Aguiar

Você não leu errado: o cãozinho dos teclados ganhará um longa metragem. É de comover. Eu sei que 2 Filhos de Francisco foi um tremendo acerto, um dos filmes brasileiros mais notáveis dos últimos anos, mas... Frank Aguiar? Pergunto-me se é imprescindivelmente necessário tal produção e o que ela mostrará na tela grande. Haverá uma cena dele agredindo sua ex-namorada? O terceiro ato revelará os bastidores de Brasília, já que nas horas vagas é lá onde "trabalha"? Será que a trilha sonora terá uma faixa da Bethânia cantando "Lavou, tá nova"? E o título é de uma inspiração suprema. Ô céus!

Não consigo me manisfestar mais, ainda estou em estado de choque. É esperar para ver. Ou não.

Agora, se virar moda de vez, ferrou! E ainda reclamam dos filmes da Xuxa...

domingo, 14 de setembro de 2008

~Versinho~

No banheirinho

As três graças
Fazendo gracinhas no banheirinho
Será meinha?

[PS.: prefiro não comentar]

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Demonstração pública de afeto

Depois de mais de um mês desde minha última postagem; de três posts de O Lerdo sem comentários meus (sorry ><), resolvi voltar. Mas, de antemão, justifico minha ausência:

1. Sem tempo.
Faculdade não é mole não. Ainda tem inglês, família, gato (animal mesmo, que faz miau miau), amigos, uma vida virtual (que confesso não anda me agradando), leituras e outras coisas, como me manter linda xD
PS antecipado: essas serão sempre minhas desculpas.

2. Nunca sei o que comentar.
Porém, como estou em dívida, posso fazê-lo um pouquinho aqui.
- Post sobre política: estou ainda confusa sobre eleições. Voto em Nova Iguaçu e as opções de escolha não me agradam nem um pouco. Sei que nulo não é solução, mas é tão tentador. *.*

- Post sobre música: não gostava dessas coisas ruins (nem tenho um video que me comprometa para tu veres), logo não tenho "gabarito"para falar nada. huahuahuahuahahua

- Post Cerumano: esse foi o pior. Deixou-me um pouco triste e fez-me refletir. E prefiro guardar para mim, senão esse post será triste demais.


E por que resolvi postar depois de tanta ausência? Para desabafar. Não desabafar de me confessar e chorar minhas pitangas. Isso não. Não sou assim.
Só falar. Falar a esmo. Sobre nada. E por uma completa falta de paciência para fazer um trabalho.
Já percebi que sempre é assim. O blog acaba sendo uma válvula para minha "não vontade" para trabalhos. Que assim seja.

Pois bem, por onde começar... Por hoje.
Hoje fez um calor dos infernos. E minha pessoa adora um calor, né? Imagine como foi para mim. Ainda tive que andar como um burro. Cheguei em casa como? Roupas encharcadas (sem exagero; suei como um porco), bochechas vermelhíssimas, marca de blusa, braços mais morenos do que as pernas, faminta, sedenta. Hoje foi o horror. O HORROR!
E quando abro o Gmail, ainda vem um lerdo com a super idéia (¬¬) de irmos (nós e nossos amigos) à praia. Rá, faz-me rir.

Falando em amigos, ontem fui "visitar" O Idiota (ou Jeff, como ele prefere).E como foi bom! Não fizemos nada demais, mas quando se está com amigos, nada torna-se tudo, não é mesmo?
Mas me bateu uma saudade do restante dos Conspirados. Muita muita muita muita mesmo.
Senti falta das vezes que ficávamos fazendo nada juntos; passeando; na escola; na casa do Leo. Não que tenha sido aquela coisa nostálgica e melancólica como os idosos costumam ter. Foi uma constatação de que eles me fazem falta.
Não que eu tenha percebido isso só ontem. Claro que não!!! rsrsrsrsrs Mas ontem bateu forte. Senti falta como nunca havia sentido. E por mais que eu os veja isoladamente (e sempre sendo muito bom), não é a mesma coisa. Não mesmo. Gosto de todos juntos. E por mais que tenhamos nossos problemas, estar com eles em qualquer situação é válido. Eles são os meus amigos, oras. E ninguém se compara. Ninguém. =D

Antes que tu penses que sou filha de chocadeira ou desnaturada, explico. Amo minha famíla, muito mesmo. Ela é minha base, mas com meus amigos a situação é outra. É outra atmosfera. Tu me entendes que eu sei.
E não tenho nenhuma dúvida, receio, nem emprego algum exagero quando digo que sem eles eu não seria o que sou. Sem eles não sei como eu estaria atualmente.
Sou chata, implicante, impaciente, teimosa, grossa e outros tantos defeitos que me tornam uma pessoa muito difícil de se lidar. Nem sei como eles me aturam xD
Tê-los encontrado foi uma das melhores coisas da minha vida. E faria tudo que tivesse ao meu alcance por eles.

Ai, hoje estou tão assim, falando que gosto muito deles e talz. Eles se acostumarão mal. Melhor parar por aqui. =X

PS: amanhã A Interesseira e eu iremos ao show do Zeca Baleiro. Será muito bom.
E intimo-a a escrever um post comigo. Ai dela se não o fizer. hehehehehe

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A difícil tarefa de Cerumano.

(Ou "Sobre lógica e tristeza")
Fiquei sabendo recentemente da história do filho de um amigo do meu padrasto. Morador da Zona Sul do Rio, recentemente ele descobriu ser portador de um tipo raro de leucemia, que dava a ele poucas chances de sobrevivência.
Me lembro de visitar um amigo do meu padrasto, morador da Zona Sul, quando era bem pequeno, e esse amigo tinha filhos. Lembro também que brinquei de Football Club com eles, o que me inspirou a pedir um jogo igual no meu aniversário. Não sei se um desses filhos era o garoto sobre o qual estou escrevendo. Afinal, meu padrasto tem muitos amigos com filhos. Para todos os efeitos eu não o conhecia. O que é verdade, pois mesmo que tivéssemos convivido por algumas horas e até brincado por poucos instantes, depois deste suposto encontro, nunca mais tivemos idéia da existência um do outro.
Até que fiquei sabendo dele, de sua doença e de uma das formas que ele achou pra lidar com ela: sim, um blog.
Todo o tratamento, suas dúvidas, suas esperanças, suas descobertas foram documentadas na página que ele batizou de Cerumano. Pois, em suas próprias palavras, "Cerumano também fica doente". Doente Cerumano ficou, mas o que pude constatar era que o blog que eu lia era de alguém com idéias que esbanjavam saúde. Nada de ver alguém reclamando da vida, e sim de alguém que ria impiedosamente desta vida, que cisma em nos pregar peças. Não confundam "esbanjar saúde" e "rir impiedosamente" com fazer piada. Falo de um blog sério, com informações úteis de uma pessoa inteligente a ponto de se dar ao luxo de se comparar a Rocky e de ser fã dos Malvados, o supra-sumo do humor negro.

O último post de Cerumano data de 21 de agosto, quando ele comemorava a vitória sobre a leucemia e a identificação de uma doença viral (provocada por sua baixa imunidade) que, depois de tratada, permitiria que ele saísse do hospital. Confesso que fui um leitor esporádico da trajetória de Cerumano e, depois de muito tempo sem visitar seu blog, só li este post no sábado, dia 28, junto com minha mãe. Ficamos felizes por saber que Cerumano vencera. E que estava confiante pra última batalha.
Hoje, soube por minha mãe que, naquele mesmo sábado, a vida pregadora de peças riu por último. Cerumano havia perdido sua última batalha. Mas perdeu com honras e foi considerado vencedor no final.
Por causa disso, me peguei pensando sobre a vida. Fiquei triste. Estou triste. Por Cerumano, que foi um lutador peso-pesado, mesmo enfrentando uma guerra dificílima. E pela vida, esta que é mestra em deixar todo cerumano, como eu, você e ele, insatisfeito.

Tentei achar motivos para a tristeza. Sequer conheci Cerumano, sempre achei que a vida deixava todo mundo insatisfeito mesmo... e mesmo assim fiquei triste. E sem resposta.
Talvez a minha tristeza venha do fato de Cerumano ter me provado que a vida não é tão insatisfatória assim. Talvez não. Talvez eu esteja triste por Cerumano ter morrido jovem. Jovem como eu sou agora. Talvez não.
Talvez este seja meu erro. Encontrar uma resposta, encontrar lógica. Talvez seja esta busca o motivo de minha tristeza.
E, já que a tristeza é um sentimento desprovido de lógica, dedico este post ao rapaz que não conheci, mas que já me fez acreditar que posso cerumpoucomaisumano.

P.S. Depois destas palavras, não espere de mim lugares-comuns como "viva cada momento como se fosse o último" ou "diga isto ou aquilo pra quem você ama" ou, pior ainda, "viva intensamente". Particularmente, odeio todas essas imposições. A vida já nos cobra demais. Não é preciso que venha um mandando slides em Power Point e tente nos dizer o que devemos fazer. [o velho Lerdo mode: on]

www.cerumano.com