terça-feira, 24 de novembro de 2009

Um post de dar sono

Tem uma coisa que eu acho muito engraçada. Vem desde os tempos do Ensino Médio, naquela escola bucólica, encravada na roça e chamada Cefet. É impressionante minha capacidade de sentir sono durante o dia inteiro (INTEIRO) e, quando os sinos badalam às 9 da noite, esse sono se evapora.

Outro dia, eu estava conversando com a minha mãe sobre crianças. Elas, quando querem dormir, choram. Pergunta: por quê? Não é muito mais fácil virar pro lado e aproveitar as horas de descanso vindouras? Minha mãe respondeu que elas costumam brigar com o sono. Como naturalmente perdem, começam a chorar. Legal, pergunta respondida. Mas me levou a outra: por que raios elas brigam com o sono? Isso minha mãe, que não é psicóloga, pediatra ou mãe-de-santo, não respondeu. O que me deu margem para pensar: talvez os bebês tenham medo de dormir. Fechar os olhos, encarar o vazio, a ausência de proteção. Realmente... elas dormem quando ninadas, se acalmam, fecham os olhos, param de enxergar, mas sentem um ser vivo as embalando. Ótimo. Segunda pergunta respondida. Terceira, pra finalizar meu rompante questionador: por que EU não consigo dormir na hora certa, meu Deus?????

Tá bom, a terceira pergunta não tem nada a ver com a primeira e a segunda, mas eu não me conformo de perder tempo pensando no sono dos bebês enquanto meu corpo está louco de cansaço, pedindo arrego e meu cérebro se recusa a colabrorar. Desliga aí, pô. Põe pelo menos em estado de espera! Aí o leitor deve pensar: poxa, esse cara deve passar horas pensando no aquecimento global, no programa nuclear iraniano, no desenvolvimento da rede de transportes para os Jogos Olímpicos Rio 2016...

Oi, você não leu esse texto? Você acha que alguém que discute com a mãe sobre o por quê do choro dos bebês sonolentos vai pensar em coisas edificantes como essas? Por favor, né. Na verdade eu até penso no aquecimento global: esse calor tá insuportável. Bingo! Deve ser o calor, derrete meu sono e meus neurônios. Por isso acaba de sair do forno um texto com essa qualidade. Quando eu achar uma causa pra minha insônia no inverno eu compartilho com vocês. Agora eu acho melhor dormir, pra ver se contenho esse fluxo de besteiras que eu tô escrevendo, e que estão resultando em um texto que está até me constrangendo de tão ruim huahuuhaauhauh

Só apertarei o botão de publicar em respeito aos minutos de sono que eu perdi pra escrever estes parágrafos. Prometo que tentarei fazer melhor da próxima vez.

Desculpe o mau jeito e até amanhã.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Rousseau e o apagão

É engraçado como as vezes nós percebemos os significados de maneiras inesperadas. Essa semana eu fiquei responsável por apresentar o livro “Discurso sobre a origem e fundamentos da desigualdade entre os homens” do Rousseau na aula de Ciência Política.
Admito que li com muito má vontade, de forma nenhuma a leitura fluía e olha que esse era o autor que eu queria apresentar desde o inicio do curso. Mesmo porcamente terminei o texto e até achei interessante, mas eis que na noite do dia 11/10, essa última terça-feira, ocorreu um apagão em grande escala.
O Rio de Janeiro inteiro ficou sem luz, vários outros estados também, além do Paraguai. Na manha do dia seguinte com a iluminação restabelecida eu assisti os telejornais, CAOS.
Vários pequenas colisões no trânsito devido os sinais estarem desligados, assaltos, paralisação do funcionamento de trens e metrôs, pessoas presas em elevadores, pessoas que não conseguiam chegar em casa pois moravam no 23º andar e o elevador estava parado(foi só eu, ou mais alguém achou essa engraçada?). Isso só para citar alguns dos problemas menores.
Agora você, meu amigo leitor, deve estar se perguntando “ Do que essa garota está falando afinal? O que um assunto tem haver com o outro?” e eu te respondo, tem absolutamente tudo haver, era exatamente disso que o Rousseau estava falando, olha só:
Sobre o homem em estado natural, ou seja, antes de se organizar em sociedade ele escreveu: “Seus desejos não excediam suas necessidades físicas. Os únicos bens que conhece no universo são o alimento, uma fêmea e o repouso; os únicos males que temem são a dor e a fome.” E por isso esse homem era feliz, porque todas as suas necessidades eram saciadas e ele não precisava de nada que não pudesse ter.
Depois quando Rousseau vai falar do início da organização social humana ele diz: “ Nessa nova situação, os homens gozando de um tempo de lazer maior, dedicaram-se a obter vários tipos de comodidades desconhecidas por seus pais. [...] essas comodidades perderam com o hábito quase todo o seu deleite e aos mesmo tempo se degeneraram em verdadeiras necessidades, de modo que sua privação tornou-se mais cruel do que era doce a sua posse, e as pessoas sentiam-se infelizes de perde-las sem estarem felizes de possuí-las.”
O que Rousseau disse em 1755 se encaixa perfeitamente no que acontece hoje, a luz elétrica é uma comodidade que o homem se propiciou e que acabou por transformar-se em necessidade, a qual o homem se acostumou ater saciada que nem se importa mais. E então quando essa comodidade lhe é retirada ele sente a infelicidade. O mesmo pode ser aplicado quando ficamos sem internet ou celular.
Interessante não é? O que ele pensou faz mesmo sentido!

PS: Eu queria ter criatividade o suficiente para criar um título mais legal.