domingo, 21 de setembro de 2008

Quebrando conceitos

Olá, galera do BLOG. Faz muito tempo que não escrevo. Tive uma pequena dose de disposição e saiu alguma coisa. Não garanto que seja um texto legal como os outros deste BLOG, mas acredito que seja um pouco questionador. 

Antes de entrar de cabeça no assunto, gostaria de fazer uma pergunta: Pelo menos uma vez na vida, você já chamou alguma mulher de piranha? 

Formar um conceito maduro sobre certos assuntos significa pegar a informação bruta que foi carimbada no interior da sua cabeça em algum momento da vida e começar refiná-la de acordo com suas ideologias. Tendo isso em mente, um diálogo amigável sobre este assunto levou-me a pensar sobre a questão "o que é ser uma mulher piranha?". 

Para começar, a palavra "piranha" tem uma "ambiguidade" gramatical (na verdade, são situações diferentes): quando adjetivo, este é um termo pejorativo; já quando substantivo, designa um peixe de água doce. Será que há uma relação entre os sentidos? Pesquisei no Google sobre esta possível relação e acabei descobrindo muito sobre este habitante dos rios. Por exemplo, as piranhas pertencem ao gênero Serrasalminae (o mesmo do Pacu. Incrível, não?); há uma espécie com uma mordida proporcional a do Pit Bull (logo, deve doer muito) e há casos onde dedos são amputados pelas mordidas. Contudo, os casos de ataque a seres humanos são raros; nem toda piranha é carnívora; elas são canibais em alguns casos; são muito agressivas; e... está bom. 

Por mais que eu pense, nenhuma dessas informações leva a crer que a piranha-peixe tem relação com a piranha-mulher. Neste caso, acredito que seja o mesmo que com a palavra "banco" onde um significado não tem nada a ver com o outro (estabelecimento financeiro e assento). Ao menos que digam que um banco guarda dinheiro e outro a sua bunda [putz, o que foi isso?]. Talvez, piranha-mulher tenha uma outra origem histórica, mas essa pesquisa é para um outro POST e para outro conspirado que faz história. 

Se não consegui um significa para "piranha" no pai do conhecimento (o Google), vou apelar para o conhecimento popular. Não sei o motivo, mas a música "Os moleque Piranha" do grupo "Os Magrinhos" me veio em mente como fonte de pesquisa. Tal obra-prima contém um verso explicando o que seria um "moleque-piranha" e talvez consiga algum tipo de conclusão deste texto magnífico. Eis os versos: 




"Tu não sabe o que é um homem piranha
eu vo ti dizer qual é 
homem piranha é aquele que come 
[as amantes e não larga 
as dé" 



Bem, mesmo depois de pensar muito, não faço a mínima idéia do que ele quis dizer com “... não larga as dé". Provavelmente, é uma frase muito profunda e só depois de muitos anos de vivencia eu consiga dizer exatamente o significado. A única conclusão que eu tiro desta música é que os "homen-piranha" (sem plural, assim como na linguagem dos "leques") são promíscuos. 

Promiscuidade. Esse é ponto onde eu queria chegar. De fato, é assim que são caracterizadas as mulheres que são chamadas de piranhas. Mas toda vez que uma mulher é chamada de piranha tem-se a intenção de chamá-la de promiscua? Eu vejo algumas situações as quais as mulheres são chamadas de piranhas, tais como: 

  1.  Quando vão para uma festa - ou qualquer lugar movimentado - e "pegam" uma quantidade incomum de homens;
  2.  Quando uma mulher faz exatamente o que foi supracitado e tem um namorado (ou vários, por que não?);
  3.  Quando estão alcoolicamente alteradas e começam a fazer poses sensuais (esse não faz muito sentido, mas foi algo que eu vi na faculdade. Uma pessoa estava bêbada e fez uma pose sensual p/ tirar uma foto e depois alguém disse: "Olha só que piranha");

  • Entre outras... 

Em minha opinião humilde e sincera, eu caracterizaria só o segundo caso como "piranha". Veja bem, no primeiro caso, é aquela situação onde o mundo é machista e só "homens" podem se relacionar com várias mulheres no mesmo dia, na mesma hora, no mesmo minuto. Como eu discordo do senso comum, eu não reprimo ou mantenho uma opinião negativa a respeito das mulheres que queiram se "divertir". Aliás, nem deveria fazê-lo caso contrário. As pessoas vivem suas vidas da maneira que desejam (na medida do possível, claro) e não acho que devemos presenteá-las com nossas opiniões - ao menos que estas sejam importantes na minha vida (podemos discutir isso em um outro posto). 

O último caso é um absurdo, acho inadmissível que em um meio universitário as pessoas tenham uma mente tão fechada. Ainda mais quando coisas muito piores acontecem neste meio. As pessoas não conseguem reconhecer uma brincadeira a meio palmo dos seus narizes e parecem querer "sujar" a imagem das pessoas p/ quer se sintam pessoas melhores. O ser humano é realmente único (sarcasmo mode on). 

Nem comentarei o segundo caso, pois é auto-explicativo. 

O que eu achei interessante em discutir este tema com meus amigos foi o fato de como nunca tinha parado para pensar seriamente a respeito deste assunto, que é relativamente "banal". Enquanto conversávamos, percebi que tinha uma opinião formada sem mesmo ter pensado sobre ela (tanto é que "mudei de opinião xDDD [desculpe-me leitores, é piada interna]). Isto, mais um vez, me levou a refletir sobre as coisas que faço normalmente sem pensar nelas. Ter uma mente crítica a respeito de si mesmo é essencial e mais importante do que ter uma opinião sobre algo. 

Bem, não me prolongarei mais. Já devem estar de saco cheio, né? 

Abraços, see ya!

4 comentários:

A Vilã disse...

Hum, por onde começar?
Quem diria que aquela "discussão" iria gerar um post, hein? xD

Também acho um absurdo julgarem as pessoas por sua atitudes.
Cada um sabe de si.

O problema é que há conceitos tão enraizados no coletivo popular que às vezes o tomamos por verdades absolutas.
E é bom quando formamos o nosso próprio conceito, sem medo se mudarmos de opinião ou não.

As pessoas são seres mutáveis.
Como disse Raul, "uma metamorfose ambulante".
E isso nem de longe é ruim.

O Lerdo disse...

Mas é chato mesmo... quando eu tava pronto pra postar vem você e "fura a fila" ¬¬

Tudo bem, eu perdôo pelo tempo que você não dá as caras por aqui.

Concordo em gênero e número com o que você disse. A sociedade é machista, é hipócrita e ainda bem que existem as "piranhas" pra mostrar certas coisas que as máscaras pretendem esconder.

Ri um bocado com suas intervenções científicas no texto.
Só acho que não havia necessidade de incluir "Os Magrinhos" como fonte de argumentação uhahuahuahuahuahuhuahuahuahu

Por último: "CHiP"??? Tenta "O CHiP", pelo menos. Fica um pouco mais narcisista, mas mantém a estrutura gramatical xDDD

Anônimo disse...

Puxa, que conjunto documental excepcional vc utilizou!!!
Vc daria um ótimo historiador!

Bem, realmente as pessoas têm generalizado bastante o 'piranha', pra ser sincera, nunca gostei muito do adjetivo, sempre substituo por outros termos...
no caso 2 (a legítima piranha) eu chamaria de 'adúltera'.
no caso 1 (se for uma quantidade realmente assustadora, um 'pirigueti' diz muita coisa. E...
no caso 3, acho que 'chapada', 'sem-noção', ou 'alterada alcoolicamente' já está de bom tamanho...

no mais, questionar conceitos é sempre bom!

leleo disse...

Adorei.
Até porque eu sou um típico mulekepiranha. Mas na faculdade me chamam de gatinhomanhoso.

Esse post ta Mara!